02/09/2021 |
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Os filmes inéditos - O Capital no Século XXI -, codirigido pelo economista Thomas Piketty, autor do best seller homônimo, e - A Campanha Contra o Clima -, que revela a campanha patrocinada secretamente pelas maiores petroleiras do planeta, estreiam na 10ª |
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Títulos inéditos entram na programação da 10ª Mostra Ecofalante de Cinema neste fim de semana e feriado (de 03 a 07 de setembro). Com um total de 63 títulos em cartaz, sendo 12 deles estreias nacionais, o evento promove também o debate Green New Deal: A Retomada da Economia Será Verde? no sábado (04/09); a estreia do Especial Energia Nuclear - 35 Anos de Chernobyl, 10 Anos de Fukushima no dia 07/09; além de novas oportunidades de assistir a filmes da Competição Latino-Americana, do Panorama Internacional Contemporâneo e do programa especial Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência. Confira abaixo os destaques!
Na sexta-feira (03/09), às 15h, três filmes estreiam no Panorama Internacional Contemporâneo. Selecionado no IDFA–Amsterdã e CPH:DOX, “A Campanha Contra o Clima“, de Mads Ellesøe, revela a campanha, patrocinada secretamente pelas maiores petroleiras do planeta, de negação da causa antrópica do aquecimento global, retardando em mais de 30 anos as ações contra a crise do clima. “O Debatedor", de Harry Spitzer e Joshua Davis, questiona sobre o que ocorre quando a inteligência artificial se aventura no mundo real do discurso humano e age mais como nós. O filme oferece um raro vislumbre dos bastidores da criação de uma nova e poderosa inteligência artificial. Já “O Capital no Século XXI“ foi codirigido por Justin Pemberton com o economista Thomas Piketty, autor do best seller homônimo no qual o filme se inspira. O documentário traça a evolução do capitalismo e evidencia esta nova fase em que a concentração de renda voltou a aumentar, exacerbando as desigualdades no mundo.
Dois filmes da temática Cidades voltam para mais dois dias de exibição também a partir das 15h no Panorama Internacional Contemporâneo. O longa-metragem português “A Nossa Terra, o Nosso Altar”, de André Guiomar, premiado no Festival de Bilbao, é um documentário intimista e observacional sobre o bairro do Aleixo, na cidade do Porto, vivendo processo de demolição que arrasta-se há anos. Produção angolana selecionada para o prestigioso Festival de Roterdã, “Ar Condicionado”, longa de estreia do diretor Fradique, mescla realismo fantástico e crítica social em uma história onde aparelhos de ar condicionado começam a cair misteriosamente dos apartamentos na cidade de Luanda, capital do país.
Na Competição Latino-Americana, outros dois filmes voltam por mais dois dias a partir das 15h. Coprodução entre o Brasil e a Noruega, “Mata”, de Fábio Nascimento e Ingrid Fadnes, denuncia o avanço das plantações de eucalipto e mostra como um agricultor e uma comunidade indígena se posicionam como resistência; o filme revela o impacto da monocultura no meio ambiente, em contraste aos modos de vida tradicionais. Já no curta-metragem “O Submundo de Rogelio” (Álvaro Muñoz Sánchez, Colômbia) um trabalhador nas minas de enxofre tenta não ser mais uma vítima da lenda local, de que as vidas dos mineiros foram dadas ao diabo pelo descobridor do maior veio de enxofre da América Latina.
O programa especial Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência conta com “O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas” (2000), que volta para a programação às 15h e fica disponível por mais 4 dias. Nesta produção pernambucana dirigida por Paulo Caldas (de “Baile Perfumado”) e Marcelo Luna e selecionada para os festivais de Veneza e Roterdã, os protagonistas são dois jovens: um justiceiro acusado de matar 65 bandidos e um integrante de grupo de rap que é líder comunitário.
No sábado (04/09), às 19h, acontece o debate do eixo Tecnologia – “Green New Deal: A Retomada da Economia Será Verde?”, que contará com a presença de Laura Carvalho, Ricardo Abramovay, Sérgio Abranches e mediação de Sérgio Besserman. O ponto de partida será o filme “O Capital no Século XXI”, que estreia no dia anterior. O debate terá interpretação em Libras e será transmitido ao vivo pelo canal da Mostra Ecofalante no Youtube.
No mesmo dia, às 15h, estreia no Panorama Internacional Contemporâneo “Jogo do Poder”, o mais novo filme de Costa-Gavras, cineasta vencedor do Oscar e do prêmio de melhor direção no Festival de Cannes. O longa-metragem, que ficará disponível por 3 dias, é baseado nas memórias do ex-ministro de finanças grego Yanis Varoufakis, co-roteirista do filme, e focaliza as razões para a crise na Grécia ter acontecido e como foi travada uma das mais espetaculares e controversas batalhas da história política.
Dois filmes do eixo Ativismo retornam para mais dois dias de exibição no Panorama Internacional Contemporâneo às 15h. Selecionado nos festivais Hot Docs, CPH:DOX, Dokufest e IDFA – Amsterdã, “Dope Is Death: A Outra Luta dos Panteras Negras”, da diretora norte-americana Mia Donovan, traz a pouco conhecida história de um programa de desintoxicação, iniciado por um dos fundadores do movimento dos Panteras Negras, no bairro nova-iorquino do Bronx dos anos 1970. Já a produção do Quênia vencedora do prêmio de melhor montagem no Festival de Sundance “Softie”, de Sam Soko, retrata um jovem fotógrafo famoso por retratar a violência política de seu país que decide concorrer às eleições regionais.
Dois filmes da Competição Latino-Americana também voltam às 15h para mais dois dias. O longa-metragem brasileiro “Luz nos Trópicos”, dirigido por Paula Gaitán, foi selecionado para o Festival de Berlim e vencedor das competições do Festival de Lima e do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. Ao longo de seus 260 minutos de duração, a obra acompanha um indígena nascido no exterior que retorna à terra de seus ancestrais, trazendo as cinzas do avô e o registro sonoro de sua voz gravada pouco antes de morrer. Já o curta-metragem mexicano “Cascarita”, de Jimena Barrera, aborda a dependência de baterias como energia para nossos brinquedos.
O filme “Meu Corpo é Político” (2017) volta para a programação do programa especial Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência por mais 4 dias a partir das 15h. No documentário, vencedor do prêmio de melhor filme brasileiro no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, a diretora Alice Riff acompanha o cotidiano de quatro militantes LGBTQIA+ que vivem em periferias de São Paulo.
No domingo (05/09), o Panorama Internacional Contemporâneo conta com a estreia do filme “A Nova Corporação”, que entra às 15h e fica disponível por 24 horas. Assinado pelo renomado escritor, músico de jazz, cineasta e professor Joel Bakan em codireção com Jennifer Abbott, o filme revela como a aquisição corporativa da sociedade está sendo justificada pelas astutas ações estratégicas que buscam reposicionar corporações como entidades com consciência social.
Na Competição Latino-Americana, dois filmes voltam para mais dois dias de exibição a partir das 15h. Lançado no Festival de Sundance e premiado internacionalmente, o longa-metragem de Anabel Rodríguez “Era Uma Vez na Venezuela”, uma coprodução entre Venezuela, Reino Unido, Áustria e Brasil, registra a campanha para eleições parlamentares em uma vila de pescadores daquele país, confrontando uma líder chavista e uma opositora. Obra de circulação em eventos internacionais, “Kopacabana”, de Marcos Bonisson e Khalil Charif, propõe uma abordagem experimental elaborada através de uma colagem de imagens atuais e de arquivo, ambientada no bairro de Copacabana (Rio de Janeiro), contando com narração de Fausto Fawcett.
Também às 15h, o filme “À Margem da Imagem” (2003) volta por mais quatro dias no programa especial Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência. Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Gramado e no Festival do Rio, o filme de Evaldo Mocarzel aborda o cotidiano dos moradores de rua da cidade de São Paulo, que criam, a partir de produtos e materiais descartados, uma ‘arquitetura’ e uma cultura própria.
Na segunda-feira (06/09), às 15h, estreia no Panorama Internacional Contemporâneo o filme “Oeconomia”, que fica disponível por 3 dias. Dirigido por Carmen Losmann e selecionado para o Festival de Berlim, o documentário revela como as regras do jogo capitalista contemporâneo pré-condicionam sistematicamente o crescimento, os déficits e as concentrações de riqueza.
No mesmo horário, quatro filmes do eixo Povos&Lugares retornam para a programação por mais dois dias. O português “Hálito Azul”, de Rodrigo Areias, focaliza uma vila de pescadores da ilha de São Miguel, nos Açores, que vive os últimos dias de uma atividade pesqueira tal como a conhecem. Coprodução entre Madagascar e a Ilha da Reunião selecionada para o IDFA-Amsterdã, “Morning Star“, de Nantenaina Lova, focaliza uma vila, uma comunidade e uma cultura em vias de desaparecer por conta da mineração. Uma coprodução Reino Unido/Polônia/Espanha, o curta-metragem “Pesca Roubada”, de Gosia Juszczak, lança um olhar sensível para a população pobre na Gambia, país africano onde pescadores e outros trabalhadores são afetados pelo extrativismo e pelo neocolonialismo chinês. Já o italiano “Omelia Contadina”, de JR e Alice Rohrwachter, apresenta uma performance de camponeses que trazem trechos de textos de Pier Paolo Pasolini e Rachel Carson e foi vencedor do prêmio de melhor curta-metragem estrangeiro no Festival de Valladolid.
Na Competição Latino-Americana, dois filmes de cineastas brasileiros retornam às 15h para mais dois dias de exibição. “Tapajós Ameaçado”, de Thomaz Pedro, acompanha lideranças indígenas para apresentar as suas perspectivas em relação a uma série de megaprojetos que estão sendo planejados, como ferrovias, hidrovias, agronegócio, mineração e outros. Coprodução entre Brasil, França e Portugal selecionada para os festivais de Berlim e Roterdã, “Apiyemiyekî?”, de Ana Vaz, traz desenhos que retratam a memória visual coletiva do povo Waimiri-Atroari que foram utilizados com base na pedagogia crítica do educador e filósofo Paulo Freire.
No programa especial Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência, o pernambucano “Um Lugar ao Sol” (2009), de Gabriel Mascaro (de “Boi Neon” e “Divino Amor”), volta para a programação às 15h e fica disponível por mais 4 dias. O filme obteve premiações em eventos na Argentina e no Chile ao focalizar moradores ricos que vivem muito acima do nível das ruas, colocando em discussão o quanto o acesso a privilégios acaba criando realidades paralelas.
Na terça-feira (07/09), o longa-metragem “A História do Plástico”, uma coprodução EUA/Índia/Bélgica/China/Indonésia/Filipinas, estreia às 15h na Sessão Especial: Resíduos Sólidos e fica disponível por 5 dias. Dirigido por Deia Schlosberg, o documentário expõe a “verdade inconveniente” por trás da poluição do plástico, material onipresente em nossas vidas. Parte do “The Story of Stuff Project”, iniciativa que criou o famoso curta “A História das Coisas”, o filme conquistou o prêmio do público nos festivais de Mill Valley e Napa Valley, ambos nos Estados Unidos.
No mesmo horário, também estreia o Especial Energia Nuclear – 35 Anos de Chernobyl, 10 Anos de Fukushima, uma seleção de documentários produzidos nos últimos anos que abordam esses grandes desastres nucleares, que ficam disponíveis por 5 dias. Com a narração do ator norte-americano Willem Dafoe, a produção italiana “Fukushima: Uma História Nuclear” focaliza o trabalho de Pio d’Emilia, um dos primeiros jornalistas a chegar a Fukushima após o acidente na Central Nuclear e, depois anos de investigação, chegou à constatação de que o que salvou Tóquio da destruição foi o mau funcionamento de uma válvula. O alemão “Nuclear Forever”, de Carsten Rau, discute de onde deve vir, em tempos de emergência climática, a energia do futuro, já que a energia nuclear é uma opção controversa. “O Desastre de Chernobyl”, produção francesa dirigida por Thomas Johnson, reconstrói a batalha para evitar que uma segunda explosão ainda mais poderosa ocorresse após aquela que impactou um reator da usina nuclear de Chernobyl. A produção francesa “O Rolo nº 11004”, de Mirabelle Fréville, recupera um surpreendente e impactante rolo de filme, até então censurado, feito oito meses após os bombardeios atômicos no Japão, ao final da Segunda Guerra Mundial. “Stalking Chernobyl”, de Iara Lee, vai à Zona de Exclusão de Chernobyl e encontra, três décadas após o maior acidente nuclear da história, a volta da vida selvagem ao local, ao lado de caminhantes ilegais, aficionados por esportes radicais, artistas e empresas de turismo.
No Panorama Internacional Contemporâneo, dois filmes da temática Povos&Lugares voltam para mais dois dias de exibição a partir das 15h. O suíço “Sapelo”, de Nick Brandestini, focaliza a ilha de mesmo nome no estado da Georgia (Estados Unidos), que abriga comunidades afrodescendentes em desaparecimento. A obra foi vencedora do prêmio de melhor longa-metragem no Festival Visions du Réel, melhor documentário, melhor direção e prêmio especial do júri no Festival BendFilm (Oregon, EUA) e de melhor documentário no Festival Ojai da Califórnia. Produção da Sérvia, “Até o Anoitecer”, de Maja Novaković, acumulou premiações em eventos nos Estados Unidos, França, Alemanha, Suíça, Irã e Eslovênia ao retratar com poesia amarga a vida cotidiana nas colinas isoladas do país através de duas mulheres idosas.
A Competição Latino-Americana conta com dois filmes que retornam para mais dois dias de exibição a partir das 15h. Produção mexicana dirigida por Adolfo Fierro e Juan González, o curta-metragem “Aká” traz as imagens criadas por um jovem do povo nativo Tarahumara, que se tornou o primeiro cinegrafista de sua cidade. Já o peruano “Lagoa Negra” (de Felipe Esparza) teve estreia no Festival de Roterdã e passou por vitrines prestigiosas, como o festival New Directors | New Films. O filme, de 34 minutos de duração, tem as montanhas do Peru como foco, mostrando como elas constituem um espaço sagrado, cheio de dedicação e mistério.
No programa especial Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência, “Branco Sai, Preto Fica” (2014) volta às 15h para mais 4 dias de exibição. Consagrado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, onde conquistou 11 premiações, o longa-metragem é classificado por seu diretor, Adirley Queirós (de “A Cidade é Uma Só?”), como um documentário de ficção científica. O filme tem como protagonistas dois jovens feridos a tiros em um baile black e um personagem que vem do futuro para investigar o acontecido.
Continuam em cartaz até o fim do evento os filmes do Concurso Curta Ecofalante, que conta com curtas-metragens feitos por estudantes ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A programação completa do evento pode ser acessada através do folder interativo.
A 10ª Mostra Ecofalante de Cinema, o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais, acontece de 11/08 a 14/09, com 101 títulos de 40 países, 30 deles inéditos no Brasil.
serviço:
10ª Mostra Ecofalante de Cinema
de 11 de agosto a 14 de setembro de 2021
online e gratuita
acesso aos filmes e demais atividades pelo endereço www.ecofalante.org.br
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